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ATO POLÍTICO

Parlamentares apóiam reconstrução da sede da UNE

Texto do site Vermelho

A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) conseguiram unir a esquerda brasileira, no ato político pela reconstrução da sua sede, na manhã desta quinta-feira, dia 3 de abril, na Câmara dos Deputados. Os discursos de parlamentares do PT, PCdoB, PSB, PSOL, PMDB foram pontuados por histórias e experiências pessoais de cada um deles com o movimento estudantil, o que levou a líder do PCdoB, deputada Jô Moraes (MG), a dizer que a UNE é a maior formadora de quadros políticos do país.

A UNE recebeu apoio – não só de “gogó” - mas também efetivo e prático, como se comprometeram os parlamentares, para a reconstrução da sede na Rua do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro.

Os dirigentes estudantis aproveitaram a ocasião para agradecer aos 400 parlamentares que assinaram a carta endereçada ao Presidente Lula pedindo que o Estado brasileiro devolva à UNE o prédio que foi queimado e destruído pelo regime militar em 1964.

A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, liderando um grupo de jovens estudantes, cumpriu o horário e começou a solenidade com a chegada apenas do deputado José Genoíno (PT-SP), um dos primeiros a falar. O evento foi marcado pelo entra-e-sai de parlamentares que abandonaram seus afazeres legislativos para levar apoio e elogios aos estudantes brasileiros – de hoje e do passado, grupo do qual a maioria fez parte.

Os dirigentes estudantis fizeram homenagem a três dos ex-dirigentes da entidade – Aldo Arantes, presidente da UNE em 1962 e o ex-vice-presidente Roberto Amaral receberam uma bandeira da entidade e ao também ex-presidente da entidade, Aldo Rebelo, eles entregaram uma camiseta da campanha De volta para casa, lembrando que Rebelo já acumulava muitas bandeiras da UNE em casa.

Entidade do povo
O evento contou ainda com a participação de autoridades do Poder Executivo. Estiveram presentes representantes dos ministérios da educação e do  Esporte. O secretário Nacional da Juventude, Beto Cury, também presente ao ato político, destacou que existe compromisso do governo em reconstruir a sede da UNE. “Essa não é uma causa da situação ou oposição, é uma causa do Brasil”, afirmou.

Danilo Moreira, também da Secretaria Nacional da Juventude, disse que “a reconstrução da sede da UNE é mais um tijolo na reconstrução da democracia”.

Para Aldo Rebelo, “a presença da UNE na vida política, social e cultural do Brasil não apenas ajudou a educar gerações e formar quadros na luta pela emancipação do Brasil, mas se constitui entidade do povo brasileiro que, em meio a combates, batalhas, vitórias, derrotas e perseguições, deu a sua contribuição para que o Brasil viva hoje dias melhores do que viveu anteriormente, de esperança e conquistas dos trabalhadores, do povo e da juventude do nosso país”.

Históricas antigas
José Genoíno foi o primeiro dos parlamentares a falar no evento e inaugurou a lista de episódios e histórias vividas pelos parlamentares de hoje quando atuavam como dirigentes da UNE. Ele contou a história da origem da palavra de ordem “A UNE somos nós, nossa força e nossa voz. Disse que quando estavam presos no Presídio Tiradentes, após a “queda” do Congresso de Ibiúna (SP), “nós colocamos, com pasta de dentes em uma mala preta, a frase “A UNE somos nós” sinalizando para os estudantes que estavam nos portões se manifestando”.

O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) lembrou que esteve presente no enterro do estudantes secundarista Edson Luis, morto pela ditadura durante manifestação no Rio de janeiro, e assistiu “impotente”, - nas palavras dele – “o fogo criminoso que destruiu o prédio da UNE”.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), disse que a “a UNE nos ultrapassa - a nós que nos tornamos velhos - e nos ultrapassa como história, que é anterior à luta contra a ditadura”. O mesmo disse Aldo Arantes, quando destacou que “a juventude participou dos grandes momentos da vida política do País, desde a abolição da escravatura, com Castro Alves, até a resistência à ditadura”.

Lutas atuais
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) foi responsável em lembrar as manifestação dos estudantes contra o neoliberalismo, “que tentou assolar a educação pública”. E acrescentou que o movimento estudantil sempre ficou ao lado da maioria do povo brasileiro, aumentando as suas reivindicações para que beneficiem a maioria da população. “Eles pensam no projeto da educação e da escola, mas põem em discussão também o projeto do país”.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), membro da Comissão de Educação, lembrou “as lutas atuais da UNE contra os dragões do ensino privado, para garantir a matrícula de alunos inadimplentes, a meia entrada, o passe livre e que a educação não entre na lista de comércio e serviço da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, acrescentando que “queremos mais, mais professores e servidores e assistência estudantil”.

Vanessa Grazziotin destacou a importância de se preservar a história da UNE que é uma das mais bonitas do Brasil, acrescentando que a luta estudantil marcou a vida política do País e colaborou para a sua redemocratização.

Virar a página
Para Lúcia Stumpf, “os estudantes de hoje têm que manter a UNE viva e forte e para isso tem que garantir a virada da página que manchou a história do nosso país”. Ela diz que “voltar para a nossa sede vai fortalecer a nossa luta”, anunciando para este ano ainda o retorno. “O estado que demoliu a nossa sede tem obrigação agora, que vivemos um momento democrático, a reconstrução da casa do estudante na Praia do Flamengo”.

O presidente da UBES, Ismael Cardoso, agradeceu os parlamentares e destacou a importância da coincidência de datas – em 2008 completa-se 40 anos da Constituição que marcou a reabertura política do País.

De Brasília
Márcia Xavier

04 de Abril de 2008

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