Notícias

Versão para impressão  | Indicar para amigo

BIOCOMBUSTÍVEIS

ONU se retrata e isenta etanol brasileiro por crise de alimento

O mesmo relator para Direito à Alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU), Jean Ziegler, que pediu a suspensão temporária da produção de biocombustíveis elogiou, há menos de 10 dias, o programa de etanol e biodiesel brasileiro. Em carta encaminhada ao Itamaraty no último dia 21, Ziegler reconheceu que o caso do Brasil é diferente e, por isso, o país não pode ser acusado de usar alimentos para produzir essa fonte de energia. "O caso brasileiro é realmente específico", diz um trecho da carta. A informação é de matéria publicada no jornal O Globo de ontem.

Segundo a reportagem, a intenção da ONU era reparar o que chamou de "mal-entendido". O relator afirmou que houve má interpretação de um jornal francês a respeito de um relatório que apresentou neste mês, em Nova York, sobre o direito à alimentação.

Na carta ao Itamaraty, Ziegler disse ter conversado com autoridades brasileiras sobre o programa de biocombustíveis do Brasil. Ele afirmou ter ficado "particularmente impressionado" com os programas sociais elaborados pela Petrobras, para ajudar os pequenos produtores que cultivam mamona e outros frutos de baixo valor de mercado. Para o deputado José Genoino (PT-SP), a declaração da ONU vai ao encontro do que o presidente Lula vem afirmando desde o início: o problema de desabastecimento alimentar não vem dos países em desenvolvimento, e sim dos países ricos, especialmente dos que produzem etanol a partir de milho. "Esse reconhecimento tardio da ONU dá melhores condições para que o Brasil dê continuidade à sua política de biocombustíveis. A produção de cana-de-açúcar não compromete a produção de grãos, até porque, entre uma safra e outra de cana é possível cultivar grãos".

Na avaliação do deputado Pedro Wilson (PT-GO), o Brasil produz biocombustíveis de cana-de-açúcar que custa a metade do preço de outros países que produzem o etanol usando milho. "O milho pode ser usado para uma gama de alimentos, desde o pão até o óleo, ao contrário da cana", exemplificou. Outro dado citado pelo deputado é o de que a produção de cana no país ocupa apenas 1% de toda a área destinada à produção agrícola no país. "A expansão da produção de cana-de-açúcar vem se expandindo principalmente em áreas já degradadas e em pastagens e o país já possui tecnologia para aproveitar, inclusive, o bagaço da cana para gerar energia, o que significa que há um aproveitamento de 100% do cultivo", defendeu.

Financial Times - Em outra matéria, o jornal cita o Financial Times que diz que o Brasil é uma solução "esquecida" para a alta global dos preços dos alimentos". O jornal chega a dizer que "o Brasil tem sua fatia de culpa" por não divulgar suficientemente sua capacidade de produção. Mas ressalta que o mundo desenvolvido parece "míope em relação às oportunidades que o Brasil representa".

Fonte: Informes PT

30 de Abril de 2008

Busca no site:
Receba nossos informativos.
Preencha os dados abaixo:
Nome:
E-mail: