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ECONOMIA

Bancos estrangeiros esqueceram de "olhar para o próprio quintal", diz Genoino

O deputado José Genoino (PT-SP) concordou com as observações feitas na última quinta-feira (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os bancos estrangeiros que agora estão quebrando, depois de passarem a vida inteira "dando palpites sobre o que o Brasil devia fazer". Para Genoino, alguns bancos estrangeiros e as chamadas agências de avaliação de risco, a maior parte dos Estados Unidos, "esqueceram de olhar para o próprio quintal, enquanto davam palpites" para os países do Terceiro Mundo.

"Agiam muitas vezes de má-fé, em manobras especulativas, estimulando um cassino global, como se fossem intocáveis: agora, colhem os frutos do que plantaram", disse o petista. Na análise de Genoino, o socorro que os governos dos EUA e da Europa estão dando aos bancos é o "enterro" do neoliberalismo, tese que os bancos agora socorridos com recursos públicos sustentaram durante anos, em defesa do Estado mínimo. Essa corrente sustenta que o Estado não pode ter qualquer interferência na economia, restringindo-se a poucos programas sociais. "É a derrocada do neoliberalismo", sublinhou Genoino.

Bolha

O deputado observou que os neoliberais sempre reagiram contrariamente à ajuda dos governos à população, bem como ao uso de recursos públicos em programas sociais e em investimentos em infra-estrutura. "Como explicam, agora, os bilhões de dólares que estão sendo investidos para salvar bancos?", questionou Genoino. Ele lembrou que esses bancos operaram por mais de dez anos fazendo especulação em plano global, com toda a autonomia, criando uma imensa bolha especulativa, "sem nenhum controle, praticamente intocáveis".

Em discurso pronunciado durante inauguração da Plataforma P-53 da Petrobras, no Rio Grande do Sul, Lula criticou os bancos que "passaram a vida dando palpites sobre o Brasil" e agora estão quebrando. Segundo o presidente, "era como se eles fossem os superinteligentes e nós os supercoitados". Na campanha eleitoral de 2002, com Lula liderando as pesquisas, houve até uma empresa de "avaliação de risco" que criou um índice de risco do Brasil, o "Lulômetro", que considerava supostos riscos com a eleição de Lula.

"É triste ver que esses palpiteiros estão quebrando, estão entrando em concordata", reiterou Lula. "Porque na verdade determinaram nos últimos anos não que o capital pudesse circular livremente pelo mundo gerando emprego e riqueza, mas que a especulação financeira, que o cassino do sistema financeiro internacional pudesse determinar a lógica da economia."
 
Fonte: Informes do PT na Câmara

22 de Setembro de 2008

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