Notícias

Versão para impressão  | Indicar para amigo

FORÇAS ARMADAS

Genoino e Ferro apóiam plano da Marinha para construção de submarino nuclear brasileiro

A Marinha ativou na última sexta-feira (26/9), no Rio de Janeiro, a Coordenadoria do Programa de Desenvolvimento de Submarino de Propulsão Nuclear. O órgão tem como objetivo gerenciar a construção do submarino nuclear, da base para esses submarinos e do estaleiro para a embarcação. A iniciativa foi elogiada pelos deputados José Genoino (PT-SP) e Fernando Ferro (PT-PE).

Para Genoino, a construção do submarino nuclear é um dos principais projetos de defesa do Brasil. Insere-se em três vertentes: o patrulhamento no Atlântico Sul; a inserção do Brasil no espaço geopolítico global; e, agora, a defesa das megajazidas de petróleo do pré-sal. "Afora isso, a recriação da Quarta Frota Naval, pelos Estados Unidos, despertou a atenção do Brasil para a importância de garantir um maior patrulhamento do mar territorial brasileiro", disse Genoino.

O parlamentar observou que o submarino nuclear constitui-se arma dissuasória, não de ataque. "Nos tempos atuais, não se trata mais de nomear um inimigo externo mas, sim, de garantir a defesa dos interesses nacionais. A construção de um submarino nuclear brasileiro é fundamental, estratégica e tem papel dissuasório. Não se trata de projeto expansionista e nem bélico mas, sim, de mostrar ao mundo que o território brasileiro é bem vigiado", disse Genoino.

Vulnerabilidade

Como áreas vulneráveis, os especialistas em defesa apontam a Amazônia e as águas salgadas e doces do país. Nesse cenário, a Marinha tem um papel central, num projeto de defesa integrado, com o submarino nuclear. O deputado Fernando Ferro (PT-PE) disse que o submarino nuclear "é um projeto muito importante". "Precisamos de tecnologia que nos assegure a defesa de nosso território". De acordo com o parlamentar, é fundamental que o Brasil se prepare tecnológica e militarmente para defender o seu território e suas riquezas naturais.

Para Ferro, o projeto adquire também importância pelo fato de os Estados Unidos terem reativado a Quarta Frota Naval, tema que motivou preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele recordou que reativação da Quarta Frota coincide com a descoberta, pela Petrobras, do pré-Sal.

Desativada há mais de 50 anos, a Quarta Frota foi restabelecida em junho deste ano com o suposto propósito de combater o tráfico de drogas, auxiliar em desastres naturais e atuar em missões de paz na América Latina e no Caribe. Mas seu retorno foi recebido com ceticismo no Brasil e na América Latina, onde a presença militar norte-americana é vista por muitos como ameaça à soberania da região.

Coordenação

A coordenação do programa para a construção do submarino nuclear ficará a cargo do almirante-de-esquadra José Alberto Accioly Fragelli. Em nota divulgada à imprensa, a Marinha informou que o programa do novo submarino fortalecerá o "poder naval" do país e consolidará o "Brasil como importante ator no cenário estratégico internacional".

Como justificativa para a necessidade de ter um submarino nuclear, a Marinha apresenta as novas descobertas petrolíferas na camada geológica do pré-sal. "O submarino com propulsão nuclear, em nossa esquadra, significa a assunção de um sério compromisso com a sociedade, que anseia por uma Marinha com real poder dissuasório, e que deposita, nesta mesma Marinha, a confiança de ver resguardadas as riquezas naturais imprescindíveis ao desenvolvimento econômico e social do País", diz a nota.

O programa nuclear da Marinha foi iniciado em 1979, mas até hoje não foi concluído, principalmente por falta de recursos. Para ser concluído em cinco anos, será necessário alocar R$ 130 milhões por ano, segundo estima a Marinha.

Fonte: Informes do PT na Câmara

30 de Setembro de 2008

Busca no site:
Receba nossos informativos.
Preencha os dados abaixo:
Nome:
E-mail: