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Unasul aprova criação do Conselho de Defesa Sul-americano

Fonte: site Informes

O Conselho Sul-Americano de Defesa foi oficialmente criado no dia 16 de dezembro, durante reunião de cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), na Costa do Sauípe, na Bahia. A proposta foi sugerida pelo presidente Lula no final do ano passado e visa, entre outros objetivos, formular ações coordenadas para enfrentar riscos e ameaças aos países da região, estabelecer política comum de defesa e integrar as indústrias de defesa dos doze países sul-americanos. Um aspecto importante do novo mecanismo é tratar dos problemas comuns aos países sul-americanos, sem envolver países de fora da região.

Na opinião do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) a proposta brasileira aprovada pelos parceiros sul-americanos encaixa-se na estratégia política e diplomática do governo Lula de intensificar a integração e a cooperação regional em diferentes campos. “Com a integração, na área de defesa e outros setores, a América do Sul se fortalece e tem mais condições de enfrentar ameaças externas. A região torna-se frágil quando um país fica distante do outro”, disse.

Para o presidente do Parlamento do Mercosul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), com o Conselho a região consegue avançar significativamente também na cooperação para o combate ao crime organizado, em sua opinião uma das maiores ameaças à estabilidade das instituições no subcontinente. “O crime organizado não tem fronteiras e deve ser combatido mediante uma cooperação regional estruturada e arrojada, o que poderá ser garantido via Conselho Regional de Defesa”, afirmou.

Além disso, Dr. Rosinha sublinhou a importância política do novo mecanismo. Em primeiro lugar, porque aumenta a confiança entre os países da região, muitos deles com algumas escaramuças de ordem política e até militar, como Colômbia, Equador e Venezuela. Em segundo, porque dissipa as suspeitas de uma suposta corrida armamentista na América do Sul. "No final de 2007 houve muitas notícias, parte delas falsas, sobre uma corrida armamentista na América do Sul. Criar o conselho de segurança que Lula propõe faz com que a segurança seja feita no continente e não por países e ajuda a consolidar o processo de integração regional”, disse.

Experiências
O deputado José Genoino (PT-SP) lembrou que o Conselho de Defesa Sul-Americano é um conjunto de ações para manter a ajuda mútua na região. “Não se trata de um centro de operações, nem de ações militares; trata-se de cooperação, de entendimento e de troca de experiências”. Ele vê o Conselho como um grande passo para aprofundar a integração: “A cooperação na área de defesa, da ajuda mútua é fundamental para a projeção de poder e do entendimento entre os membros da Unasul”.

Genoino elogiou o papel do ministro da Defesa, Nelson Jobim, na articulação de que resultou a criação do novo mecanismo. “O ministro visitou todos os países da região, superou divergências, particularmente com a Colômbia, e participou de forma paciente de demoradas reuniões com outros governos”. O deputado lembrou que a integração sul-americana é, no momento em que o mundo atravessa uma crise, “uma alternativa para se pensar uma estratégia comum de desenvolvimento econômico e, ao mesmo tempo, estreitar nossos laços e identidades, respeitando as particularidades de cada país.”

Genoino também assinalou que durante muitos anos a hegemonia norte-americana na região impôs uma doutrina militar intervencionista, de concepção de inimigo interno. Com o Conselho, ponderou, busca-se outro parâmetro que não seja baseado no belicismo e no inimigo interno, “um parâmetro não de projetar conflitos e radicalizações entre países irmãos que só faziam contribuir para o seu enfraquecimento”.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também comemorou a decisão da Unasul. “É um avanço a criação desse foro para a discussão de problemas regionais atinentes à defesa, um tema sensível de interesse de toda a região”, disse.

Para ele, outros aspecto importante é que o Conselho poderá assegurar a cooperação entre as indústrias de defesa dos países sul-americano, diminuindo custos para a reposição de equipamentos das forças armadas da região.

A primeira reunião do conselho será realizada até março, ainda sob a presidência do Chile na Unasul. O ministro Nelson Jobim, que participou do encontro na Costa do Sauípe, reiterou que está empenhado, por exemplo, na integração da indústria de defesa da região. Com base em uma ampla pesquisa sobre as indústrias de defesa do continente, Jobim afirma que "há muito o que fazer nesse setor".

Paulo Paiva

18 de Dezembro de 2008

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