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ECONOMIA

Genoino analisa a crise e as novas possibilidades para a esquerda

O deputado José Genoino (PT-SP) usou ontem a tribuna da Câmara para fazer uma análise da crise atual do sistema financeiro internacional, centrada nos Estados Unidos e na Europa, e da cobertura da mídia sobre o tema. Na avaliação do deputado, o Brasil só não está sofrendo mais as consequências dessa crise porque o governo Lula apostou numa construção processual da soberania acumulando reservas; diversificou as opções de mercado com a sua política externa autônoma com a América do Sul e países emergentes; recuperou as agências públicas de investimentos, como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica; diversificou o mercado interno, incluindo milhões de pessoas no mercado consumidor; e diminuiu a vulnerabilidade externa do Brasil.

"Portanto, quando a crise atingiu o nosso País, o Brasil tinha tomado medidas preventivas. Por isso, a população não aceita o discurso da oposição de querer colocar a crise no colo do Lula. É só ver a pesquisa, 84% de aprovação. E mesmo a torcida da grande mídia (eu não estou falando das matérias), a torcida dos ideólogos, dos articulistas, os debates que vemos sobre a crise no Brasil... Essa torcida não está dando certo, porque a posição ideológica do status quo está sendo derrotada pelos fatos reais, que são as consequências das políticas de longo prazo que já foram tomadas, as medidas imediatas que estão sendo tomadas agora e outras medidas que estão sendo tomadas no curso da crise", afirmou.

Segundo o deputado Genoino, para a esquerda o debate sobre essa crise é fundamental, até porque certamente novas possibilidades e caminhos vão se abrir. A nova ordem internacional será diferente. O papel dos Estados Unidos vai mudar, a relação com a Europa vai mudar, a força dos países emergentes, a questão social dos trabalhadores. "Por exemplo, quem aqui hoje tem coragem de colocar na pauta da discussão na Câmara a precarização de direitos sociais? Não dá. Não dá nem para falar nisso, porque, em um quadro de crise, é preciso resistir para garantir direitos", afirmou.

Genoino destacou que o Brasil vive um grande momento e que a discussão que a esquerda tem que fazer é sobre novos caminhos para o mundo. "Não ao retorno do velho dogmatismo da esquerda, nem ao velho modelo do socialismo estatal. É repensar porque o modelo do socialismo real caiu, mas caiu o modelo do neoliberalismo, do Estado mínimo desregulamentado, das privatizações e da globalização como um fim em si. Então, nós temos que, pelo menos, dizer agora: olha, vamos construir novos parâmetros para definir a ideia do sonho, da transformação como um projeto libertário e generoso da esquerda no Brasil e no mundo", ressaltou.

O deputado fez questão de destacar que o Brasil tem uma experiência concreta. "Eu acho que a melhor possibilidade da esquerda no Brasil é o governo Lula", concluiu.

Para ler a íntegra do discurso de Genoino, clique aqui.

17 de Fevereiro de 2009

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