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RELAÇÕES EXTERIORES

Encontro de Lula com Obama reforça liderança do Brasil no mundo, dizem petistas

White House Photo/Pete Souza
Parlamentares da bancada do PT na Câmara avaliaram que o encontro dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e dos Estados Unidos, Barack Obama, neste fim de semana, em Washington, representou mais um passo rumo à consolidação da liderança do Brasil na América Latina. "Chama a atenção o fato de o presidente Lula ter sido o terceiro chefe de estado a conversar com Obama depois da sua eleição. Primeiro foi o Japão, em seguida a Inglaterra e agora o Brasil. Isso mostra a importância que o Brasil ganhou no mundo", afirmou o líder da bancada petista na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Para o líder, o encontro terá desdobramentos positivos para o Brasil e para o mundo.

"O Brasil é um importante produtor de comodities e os Estados Unidos são os maiores consumidores do mundo, daí a importância de os dois países aumentarem parcerias econômicas e comerciais", disse Vaccarezza. Lembrou o líder que o governo Lula rompeu com a política neoliberal e colocou o País na rota do desenvolvimento econômico com distribuição de renda e valorização do Estado como indutor do desenvolvimento e do fortalecimento da democracia. "O presidente Lula é o principal líder da América e é um dos mais importantes líderes do mundo. O própria Obama recohece que o Brasil tem experiências importantes para serem reconhecidas pelas demais nações do mundo", afirmou Vaccarezza.

Na avaliação do deputado Vignatti (PT-SC), o encontro não deixa dúvidas sobre o reconhecimento do potencial do Brasil como porta de saída para a crise econômica mundial que afeta a economia norte-americana. "O presidente Lula fez bem ao visitar Obama. É um momento estratégico para prestar solidariedade aos EUA, devido à crise, mas também é um bom momento para ampliarmos as relações comerciais e diplomáticas. Os EUA podem tirar lições importantes do Brasil, inclusive com a política social, afinal os EUA também enfrentam índices de pobreza já alarmantes devido à crise", lembrou.

Novo patamar

Para o deputado José Genoino (PT-SP) o Brasil entra em uma nova fase na relação com os EUA. Desta vez, segundo o petista, o País não aparece mais como um dependente e, sim, como referência de modelo econômico. "É a abertura de uma nova fase da relação Brasil – Estados Unidos. Nós, que já vivemos uma geração de anti-americanismo, vamos agora construir uma agenda de diálogo, porém em outro padrão. Temos que buscar nosso espaço estratégico com uma visão afirmativa, sempre considerando o potencial da liderança do presidente Lula, que vem abrindo caminhos inéditos para o País no cenário econômico mundial", disse.

Encontro

Lula reuniu-se no sábado (14) com Obama na Casa Branca. Na pauta, os dois chefes de Estado discutiram propostas a serem apresentadas durante a reunião do G20 (grupo formado pelos países mais ricos do mundo e as principais nações emergentes) como saídas para a crise econômica. A abertura do mercado americano para os combustíveis brasileiros também foi abordada. Brasil e Estados Unidos vão elaborar plano conjunto contra crise

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos vão elaborar um plano de ação conjunto para combater a crise econômica mundial. O projeto será apresentado durante a reunião do G20, marcada para o dia 2 de abril, em Londres. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro com o presidente Barack Obama, ocorrido no último fim de semana, em Washington.

Um grupo de trabalho formado por técnicos dos dois países deve analisar temas como a regulamentação do sistema financeiro. O Brasil, assim como a Europa, defende um maior controle sobre a circulação do dinheiro no planeta. "Não podemos abrir mão de regulamentação financeira e vamos discutir a dimensão disso no G20", disse Lula.

Outro desafio dos técnicos será encontrar formas de garantir mais recursos em instituições multilaterais para financiar os países em desenvolvimento. Segundo o presidente brasileiro, os Estados Unidos têm "um papel extremamente importante" na solução da crise econômica. "É preciso estabelecer um consenso entre os países do G20 para que possamos tomar medidas capazes de debelar essa crise. As nossas equipes econômicas vão se reunir, e eu acho isso muito produtivo", disse Lula.

O presidente brasileiro manifestou ter posições diferentes das apresentadas até agora pelo governo norte-americano com relação à crise. Lula defendeu, por exemplo, a nacionalização dos bancos como parte da solução do problema. "Aqui nos Estados Unidos falar a palavra estatização, nacionalização, é uma coisa difícil, mas concretamente precisamos fazer o dinheiro voltar ao mercado. Se o povo não acredita no atual sistema financeiro, quem pode dar solução se não o Estado?", indagou.

Além de um plano de ação conjunto, o governo brasileiro cobrou a colaboração dos Estados Unidos para a retomada a Rodada de Doha. A negociação no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) visa a diminuir barreiras comerciais em todo o mundo, com foco no livre comércio para os países em desenvolvimento. Os subsídios agrícolas são o principal tema de controvérsia nas negociações.

Para o presidente Lula, é preciso concluir a Rodada de Doha "Tem gente que acha que em função da crise é muito difícil retomar a negociação. Eu acho que nós temos que vê-la, não como um empecilho, mas como uma saída ou um dos componentes para que a gente possa resolver o problema da crise, sobretudo, ajudando os países mais pobres que querem vender os seus produtos nos países mais ricos", afirmou o presidente.

Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos debateram ainda a postura norte-americana em relação à América Latina. Segundo Lula, os Estados Unidos devem ter "uma nova visão" sobre a região. "É importante que os Estados Unidos tenham uma visão de parceria, e não de ingerência. Uma visão de contribuição, e não de intromissão. Penso que o presidente Obama está compreendendo isso", afirmou Lula.

As comitivas de Lula e Obama se reuniram por quase duas horas para discutir a crise econômica mundial, o protecionismo, os biocombustíveis e as relações dos Estados Unidos na América Latina. No próximo mês, Brasil e Estados Unidos voltam a se encontrar, na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago.

Fonte: Informes do PT na Câmara.

17 de Março de 2009

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