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SOBERANIA
A diplomacia do governo brasileiro tem agido corretamente ao condenar o acordo militar recentemente firmado entre a Colômbia e os Estados Unidos, que garante expansão da presença militar no país vizinho. O comentário foi feito ontem, pelo deputado José Genoino (PT-SP). A tradição norte-americana de construir bases militares no mundo recomenda o rigor da nossa diplomacia, que tem adotado uma posição correta, afirmou, ao criticar a postura de certos articulistas da imprensa brasileira, que têm defendido o acordo como se fosse assunto exclusivo das relações bilaterais Colômbia/EUA.
Um dos elementos estratégicos da nossa política é a integração sul-americana, na qual o Brasil desempenha um papel decisivo, porque não temos conflitos, disputas e contencioso. Esse empreendimento cria um clima de estabilidade na integração sul-americana, comentou o parlamentar.
Segundo ele, a desconfiança e a preocupação da nossa diplomacia estão plenamente justificadas. Não podemos deixar de dar razão a (Hugo) Chávez quando ele diz que estas novas bases militares constituem um perigo real e concreto contra a soberania e a estabilidade da região sul-americana.
Na avaliação do petista, carecem de profundidade e beiram o desprezo certas análises de articulistas da imprensa. Debochar dos interesses brasileiros ou suspeitar que agimos para evitar uma invasão americana e que desejamos enfrentar o Pentágono demonstram a mais pura inépcia, disse. Para Genoino, alguns articulistas agem como se o Brasil ainda fosse governado pela impotência e pela obediência aos EUA.
Conforme lembrou, na Tribuna da Câmara, se o acordo de cooperação militar fosse restrito à agenda bilateral, o presidente colombiano Álvaro Uribe não estaria realizando um périplo regional, que incluiu, ontem, Brasília, para explicar a seus homólogos o conteúdo do documento.
A visita de Uribe, uma dia após a do assessor de Casa Branca para Segurança Nacional, general Jim Jones, não serviu para tranquilizar o Brasil e a América Latina. As informações disponíveis até o momento ainda não dissiparam as suspeitas de que estas bases podem se tornar fontes de monitoramento e de pesquisas numa região estratégica e vital da geopolítica mundial, que é a Amazônia, afirmou José Genoino.
Imperialismo - Além disso, a questão recoloca na pauta a velha política imperialista praticada pelos EUA pré-Obama, de promover seu domínio espalhando bases militares pelo planeta. Na América do Sul, o governo colombiano é o único que ainda submete suas relações internacionais aos interesses norte-americanos.
Genoino sublinhou que as 7 bases militares fazem parte do projeto global que envolve 800 militares, 600 terceirizados, num prazo de 20 anos, com investimentos de 5 bilhões de dólares.
Pronunciamento
Veja aqui a íntegra do pronunciamento de Genoino.
Fonte: Informes do PT na Câmara
07 de Agosto de 2009