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FORÇAS ARMADAS

Parceria Brasil/França reforça indústria nacional de defesa

O acordo de cooperação militar Brasil-França assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy na segunda-feira (7) vai assegurar o aperfeiçoamento da indústria nacional de defesa, além de possibilitar reflexos na fabricação de produtos civis. A análise foi feita nesta terça-feira pelo deputado José Genoíno (SP). O parlamentar ressaltou a importância para o futuro da população brasileira da transferência de tenologia de ponta francesa para as indústrias nacionais.

"O acordo abre uma grande possibilidade de reaparelhamento das Forças Armadas com a fabricação de equipamentos militares no Brasil com grande índice de nacionalização. O País vai se tornar também um grande exportador na área de defesa, gerando emprego e renda em território nacional", explicou Genoino. Ele ressaltou, ainda, que o acordo vai intensificar as relações comerciais entre os dois países. Pelo acordo,  está prevista a compra 36 caças Rafale, da empresa francesa Dassault, oito submarinos convencionais e a fabricação, em estaleiro da Marinha, de um submarino de propulsão nuclear, a aquisição de 50 helicópteros. O total dos contratos para fornecimento de equipamentos militares ao Brasil pode chegar a 12,5 bilhões de euros ou cerca de cerca de R$ 37,5 bilhões.

Em contrapartida, a França anunciou a disposição de comprar uma dezena de unidades da futura aeronave de transporte militar KC-390, avião cargueiro projetado pela Embraer, ao custo de US$ 80 milhões cada. Segundo Genoino, a parceria entre Brasil e França é perfeita, pois ambas as estratégias de defesa têm forte semelhança, com ênfase na dissuasão. "O Brasil não tem conflitos com os vizinhos nem uma estratégia expansionista. Portanto, o caminho adequado é a parceria com a França", disse Genoino. Ele lembrou que os contratos vão permitir o aparelhamento doas forças armadas para a proteção da Amazônia, do espaço aéreo nacional e das grandes riquezas do pré-sal.

O presidente Lula afirmou que a parceria é fundamental na estratégia de defesa brasileira."Vamos produzir conjuntamente equipamentos que reforçarão a capacidade tecnológica do Brasil de proteger e valorizar suas riquezas naturais. Esse é um componente fundamental da estratégia de defesa, que o meu governo aprovou", disse Lula. Segundo ele, o Brasil aposta em um projeto de defesa voltado para a construção da paz no continente, da confiança, da integração e da construção do desenvolvimento da região.

Para operacionalizar o acordo, foi criado um grupo de trabalho sobre comércio e investimentos para tratar das ações práticas. A primeira reunião deveria ocorrer dia 8 sob a coordenação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e da ministra da Economia da França, Christine Lagarde. Além de fechar detalhes sobre as grandes compras de equipamentos militares, o objetivo do grupo é ampliar e diversificar as linhas de comércio bilateral. A ministra francesa está no Brasil acompanhada de uma comitiva de empresários dos ramos de energia, hotelaria, eletricidade, transportes, alimentos, indústria espacial e defesa, construção e indústria farmacêutica.

Segundo o Itamaraty, a França é o oitavo parceiro econômico do Brasil e as trocas entre os dois países cresceram 135% nos últimos cinco anos. Em 2008, o intercâmbio comercial atingiu US$ 8,8 bilhões. No primeiro semestre de 2009, as exportações brasileiras para a França foram de US$ 1,6 bilhão, e as importações alcançaram US$ 1,9 bilhão. A França foi o sexto maior investidor direto no Brasil em 2008, com um total de US$ 2,2 bilhões. O estoque de investimentos franceses no Brasil é da ordem de US$ 17,5 bilhões.

Equipe Informes

08 de Setembro de 2009

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