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Genoino aponta abismo entre Lula e Serra em relação a movimentos sociais

O deputado José Genoino (PT-SP) destacou nesta terça-feira, dia 23 de março, na tribuna, a diferença radical das lideranças do governo Lula e do governador de São Paulo e pré-candidato à eleição presidencial pelo PSDB, José Serra, na relação com os movimentos sociais. Genoino citou uma frase recente de Serra. "Sobre a greve dos professores, ele afirma: Não tem greve. Isso é um movimento que não significa nada", disse o deputado.

"A greve dos professores já fez duas assembleias com mais de 30 mil professores. A greve dos professores se desenvolve há um mês, com plenárias, com passeatas e com manifestações. As lideranças do PSDB intercalam discursos como esse - não tem greve, é um movimento que não significa nada - até numa tentativa de deslegitimar a greve dizendo que é um movimento político-partidário", afirmou Genoino.

Ele rebateu que a greve, ao contrário, é um movimento importante, reivindicativo, que revela a crise da educação em São Paulo, particularmente no que diz respeito ao salário dos professores. "Nota-se, nessa declaração, um desprezo, uma visão elitista de não considerar como elemento fundamental no processo democrático a pressão, a participação dos professores. Algo semelhante aconteceu com a greve da Polícia Civil, que acabou sendo tratada de maneira equivocada e autoritária, provocando conflito entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. Em relação aos movimentos pela reforma agrária, particularmente o MST, o governo do estado trata igualmente como uma questão de repressão e de polícia", disse.

Movimentos sociais

Genoino acrescentou que a relação com os movimentos sociais é um elemento fundamental no processo democrático e que a atitude do governador José Serra, em relação aos movimentos sociais, revela uma posição absolutamente contrária, antagônica às características do governo Lula: "um governo que tem greve, que negocia com os grevistas, que dialoga com os movimentos sociais e os atende, parcial ou completamente, mas a postura é de respeito, de reconhecimento da legitimidade dos movimentos sociais organizados", afirmou.

Essa, disse, é uma diferença fundamental que é importante na discussão pré-eleitoral, na qual há polarizações de projetos, de atitudes políticas e de relações políticas.

"Não é por acaso que as duas áreas mais críticas do governo de São Paulo são a segurança pública, que enfrenta uma crise com o aumento da criminalidade, os baixos salários tanto da Polícia Civil como da Polícia Militar, e a crise da educação, estampada nesse movimento dos professores do estado de São Paulo".

O deputado manifestou solidariedade e apoio à luta dos professores paulistas e à pauta de reivindicações. "É uma pauta justa, legítima. Em vez de as autoridades do governo de São Paulo tratarem como um movimento que não significa nada, que negocie com o movimento, receba os representantes do movimento e apresente uma contraproposta. Essa postura elitista e autoritária, de desconhecer algo que é real, que paralisa a cidade de São Paulo numa sexta-feira, dizer que não significa nada, é uma visão, no meu modo de entender, absolutamente equivocada", completou.

Equipe Informes

23 de Março de 2010

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