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Genoino critica mídia brasileira por cobertura distorcida de acordo com Irã


O vice-líder da bancada do PT, deputado José Genoino (PT-SP), criticou hoje a cobertura negativa dada por grandes órgãos de comunicação brasileiros ao acordo nuclear sobre troca de urânio assinado pelo Irã com Brasil e Turquia. Embora tenha sido um dos momentos máximos da história da diplomacia brasileira, com repercussão mundial, a iniciativa recebeu, no Brasil, "manchetes de pessimismo e de torcida contrária", observou o petista.

"As manchetes fazem coro com aquilo que pretendem as grandes potências, que não aceitam que um país como o Brasil seja protagonista de uma política internacional baseada na paz, no desenho de uma nova geografia do poder econômico mundial e de uma política externa calcada na ascensão dos países emergentes e dos blocos regionais", disse Genoino.

Genoino frisou a importância do papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na entabulação do acordo que pavimenta uma saída definitiva que envolva ao mesmo tempo Irã, as grandes potências e as Nações Unidas, dissipando um foco de tensão no Oriente Médio. O Irã alega ter um programa nuclear para fins pacíficos, mas os Estados Unidos e países europeus temem que tenha fins bélicos.

" Lula é o presidente da paz, e não da guerra", afirmou Genoino. " Sua iniciativa de selar um acordo e buscar negociações com o Irã, contra a política de guerra, de intransigência dos EUA e de alguns países da Europa, mostrou claramente uma vitória do multilateralismo e da defesa da paz"

PARCEIRO CONFIÁVEL - O parlamentar sublinhou que o encaminhamento de uma saída diplomática para o impasse coloca o Brasil como protagonista na agenda internacional e ainda inaugura uma política que aposta no consenso para solucionar os conflitos. "O Brasil se fortalece como parceiro confiável diante da situação de alguns conflitos, como no caso da tensão com o Irã", disse.

O parlamentar lembrou que o governo dos EUA, sob o comando de George W. Bush, liderou a invasão do Iraque em 2003, sob o pretexto de que haveria armas de destruição em massa naquele país. Tais armas nunca foram vistas, mas as tropas dos EUA continuam lá e o país foi destroçado economicamente, além de presenciar a morte de milhares de civis, inclusive mulheres e crianças.

Para Genoino, tal como ocorreu com o Iraque, a cruzada dos EUA é a de isolar o Irã e forçá-lo a se render à estratégia norte-americana. "Ocorre que o Irã já demonstrou que não se submeterá às pressões militares e que a única saída civilizada é o estabelecimento de uma política de negociação que contemple seus interesses e suas pretensões. É nesse contexto que se situa a iniciativa do presidente Lula ao insistir em negociar com o Irã".

Genoino acrescentou que a tarefa de um estadista é a de produzir uma saída política para um conflito que é essencialmente político, já que o Irã pleiteia o que todo país soberano aspira: agir com autodeterminação. "Na medida em que o Irã faz valer sua soberania, não é aceitável que a única resposta que se lhe oferece seja a capitulação ou a guerra", afirmou o vice-líder do PT. ." O presidente Lula oferece à comunidade internacional a oportunidade de trilhar caminhos compatíveis com a solução pacífica e política dos conflitos".

Agência Informes

19 de Maio de 2010

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