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Pesquisa
Ex-PFL já sabe o que o eleitor quer
Fernanda Odilla
Pesquisa orienta o Democratas a concentrar seu discurso na defesa da redução de impostos, da elevação dos salários e do combate às deficiências do governo nas áreas de saúde e segurança públicaO deputado Rodrigo Maia aposta que o presidente lula e seu governo enfrentarão forte desgasteDe olho nas próximas eleições, o Democratas já prepara suas novas bandeiras. Encomendou uma pesquisa para identificar e compreender o que o eleitor quer e pensa. Entre os dias 19 e 22 de maio, 2 mil pessoas de 17 estados aprovaram o governo Lula, falaram da imagem dos partidos políticos e se posicionaram de maneira conservadora sobre temas polêmicos. Resultado: o eleitor brasileiro quer menos impostos, aumento de salário, escola técnica, hospitais perto de casa e a redução da maioridade penal.
A pesquisa também sugere o tom do discurso para a oposição. “Criticar a economia neste momento é dar um tiro na cabeça. Falar do Bolsa Família é indiferente, porque é um programa aprovado mas não é a principal demanda”, avalia o cientista político Nelson Carvalho, um dos responsáveis pela pesquisa. Propostas e projetos para a área de segurança, saúde e educação — as piores áreas do governo Lula — devem guiar o DEM daqui para frente.
O partido também está de olho na agenda para a economia. Redução de impostos e de juros, aumento de salário mínimo é o que o eleitor diz mais querer. Privatização, nem pensar. Questionados se o governo deveria retomar a Vale do Rio Doce — privatizada em maio de 1997 —, 64,1% dos entrevistados disseram que sim. O cientista político Nelson Carvalho avalia que o espaço para a agenda liberal no campo econômico é muito pequeno. “O eleitor é conservador”, atesta Carvalho.
Seis perguntas de “a favor ou contra” confirmam o lado mais conservador dos entrevistados. A maioria é contra a legalização do aborto, das drogas e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Defende a pena de morte para crimes hediondos e tratamento duro, chamado de regime militar, para menores delinqüentes. Também são a favor de soluções radicais para melhorar a segurança: Exército nas ruas, penas mais severas e redução da maioridade penal. Medidas condenadas por sociólogos e criminalistas.
“Foi uma pesquisa de posicionamento, para entender como o cidadão está vendo o país e os partidos”, explica o presidente do Democratas, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ).
O PT ainda é o partido mais simpático e encarado como o defensor dos trabalhadores, dos pobres e também da classe média. “As denúncias e a crise aparentemente não prejudicaram a imagem do PT, ainda muito ligada ao presidente Lula”, observa o cientista político Nelson Carvalho, lembrando que Lula é bem avaliado, mas não áreas específicas do governo. “Populismo é assim. Governo mal avaliado e a pessoa com notas boas. Mas vai se esgotar”, acredita Rodrigo Maia.
Fonte: Correio Braziliense (16/06/07)
19 de Junho de 2007
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