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O vice-líder da bancada do PT na Câmara, José Genoino (SP), criticou hoje parte da oposição e da mídia brasileira por insistir na tentativa de diminuir o papel da diplomacia brasileira no acerto de memorando de entendimentos com o Irã sobre urânio enriquecido, numa iniciativa que teve também participação da Turquia. Segundo Genoino, a " visão colonialista" desses segmentos da sociedade brasileira os impede de ver que o Brasil participou da solução de um problema à margem das grandes potências.
Ele frisou que não se pediu "licença" para os Estados Unidos, França, Alemanha, Japão ou China para negociar uma solução pacífica e dissipar um foco de tensão no Oriente Médio. "É uma ousadia que produz prestígio na política internacional, o que significa defesa dos interesses nacionais e projeção nos fóruns internacionais, como, por exemplo, a presença do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas", comentou o parlamentar.
Genoino contou que, ao contrário de grande parte da mídia nacional, toda a imprensa internacional vem fortalecendo a posição da diplomacia brasileira em relação ao acordo com o Irã sobre a questão nuclear. Ele citou como exemplo o jornal Le Monde, da França, que ontem publicou reportagem em que mostra que o Brasil está em todas as frentes.
" O editorial e a reportagem do jornal francês elogiam o presidente Lula, o chanceler Celso Amorim e o desempenho da economia brasileira e mostram claramente essa visão do protagonismo internacional com base numa posição de defesa da paz, do pluralismo, do multilateralismo e da não-ingerência nos assuntos internos", acrescentou o vice-líder do PT.
O petista citou também artigo do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira em que diz que a pretensão dos EUA não é o problema nuclear, mas sim desestabilizar o governo do Irã, como fez com vários governos. O artigo de Bresser Pereira, publicado na Folha de S. Paulo do dia 23/05, defende o papel protagonista do Brasil.
Agência Informes
26 de Maio de 2010
