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STF

Pronunciamento sobre a denúncia

Câmara dos Deputados 29 de agosto de 2007

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Sem revisão do orador.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em respeito a esta Casa, às várias manifestações de confiança que tenho recebido nesta Casa e fora dela, aos meus amigos que conhecem a minha história ao longo desses 40 anos de vida pública, quero expressar, da tribuna da Câmara dos Deputados, minha opinião política, porque -  em termos jurídicos - quem fala sobre o processo, cuja denúncia foi aceita no Supremo Tribunal Federal, é meu advogado.

Politicamente, eu acho importante esclarecer algumas questões, porque a cobertura que a mídia fez não deu conta de dados e fatos concretos. Em primeiro lugar, das 6 denúncias que me atribuíram, 3 caíram na apresentação do voto do relator; das 3 que permaneceram, nenhuma foi aceita por unanimidade — nenhuma!

Outro detalhe importante. Quando os votos foram proclamados e a denúncia divulgada, o ponto central era minha condição de Presidente do PT. Na condição de presidente do PT participei, sim, de acordos políticos, de alianças eleitorais, mas jamais recebi qualquer benefício pessoal e nem ofereci qualquer vantagem a ninguém. Usar frases soltas e impressões proferidas por adversários como indícios para aceitar uma denúncia, creio que seja uma demonstração da sua falta de consistência.

Os empréstimos que avalizei como presidente do PT estão na contabilidade do Partido de 2004, 2005 e 2006. Aliás, os empréstimos, que pensava serem o centro da denúncia, apareceram lateralmente, justamente porque estão na contabilidade do PT. E o PT, por decisão judicial, está pagando tais empréstimos que estão registrados, repito. Portanto, na condição de Presidente do PT, sem ter recebido benefício e sem ter oferecido benefício, não aceito ser criminalizado.

Quero toda a verdade, quero a justiça o mais rápido possível, porque as únicas coisas que tenho na minha vida são sonhos idéias e causas. Meu patrimônio é o mesmo há 24 anos. Minha família mora em situação de dificuldade. Não posso aceitar denúncia de corrupção ativa e muito menos denúncia de integrar quadrilha.

Participei, sim, da direção do partido, mas ela não era quadrilha nem associação criminosa.

Meus colegas, devo essa explicação aos senhores. Confio na justiça e na verdade e quero que esse processo seja julgado no Supremo Tribunal Federal o mais rápido possível.

Não estamos condenados, mas a cobertura do fato e determinados veículos apresenta-nos como tal. Foi recebida a denúncia e, na condição de réu, vou defender-me de cabeça erguida e com a consciência tranqüila.

Mesmo diante da dúvida de alguns, tenho segurança e tranqüilidade do que foi a minha vida nesses 40 anos.

Não me formei, porque optei por lutar contra a ditadura e não virei doutor. Fui para a guerrilha do Araguaia, na qual coloquei minha vida em risco e em razão da qual fiquei 5 anos preso. Fiquei 20 anos como deputado Federal, mas minha renda não aumentou. Hoje, como deputado Federal no sexto mandato, não tenho patrimônio, a não ser um sobrado em São Paulo em um bairro popular onde moro com a minha família.

Presto esses esclarecimentos com a consciência tranqüila e em respeito à Casa, aos meus amigos e à opinião pública. Não recebi nem ofereci benefícios. Não pratiquei crime e vou mostrar isso na minha defesa no Supremo Tribunal Federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente

29 de Agosto de 2007

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