Opinião

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O Brasil está mudando

Com três meses de governo Lula, o Brasil já começou a mudar. O novo governo está promovendo uma transição responsável e segura, em várias áreas da vida nacional e da gestão governamental. Transição significa um movimento de saída do ponto em que o país foi encontrado, quando o PT e seus aliados assumiram o governo, para chegar a uma situação que expresse a realização dos objetivos centrais a que se propôs o programa de governo do PT e a candidatura Lula para quatro anos. Transição, portanto, significa o transito no qual são criadas as condições para que esses objetivos sejam alcançados. Mas a transição já é, em si, mudança.

Ao assumir o governo, o presidente Lula encontrou o país mergulhado numa grave crise econômica e a administração pública com crises de capacidade e de desempenho em várias áreas a ação governamental. Durante todo o processo eleitoral, o Brasil ficou sob suspeição quanto à sua capacidade de honrar seus compromissos. Os adversários tentaram minar a credibilidade da candidatura Lula, lançando sobre a mesma, todo tipo de desconfianças. Sustentava-se que o PT não tinha responsabilidade fiscal, que Lula não teria condições de manter a estabilidade econômica e que não seria capaz de representar adequadamente o Brasil no contexto internacional. Para os adversários, se Lula vencesse as eleições, o país seguiria o mesmo caminho de crise que ocorreu na Argentina.

Pois bem! Com três meses de governo, o ambiente de confiança no Brasil já é outro. O governo Lula não só evitou o aprofundamento da crise, mas reverteu a tendência negativa dos indicadores econômicos para uma tendência positiva e está mostrando que tem mais responsabilidade fiscal que o governo anterior. Mesmo num ambiente de guerra, que suscita incertezas e retração na economia mundial, o Brasil consegue empreender uma travessia relativamente tranqüila nesse processo.

Os resultados macroeconômicos obtidos no mês de março dão provas da consistência do caminho escolhido. O dólar caiu mais de 6% e, risco-Brasil caiu para menos de 1.000 pontos e os títulos da dívida brasileira (C-bonds) continuam em franca valorização. A queda do dólar se explica pelo aumento das exportações, pelas captações externas e pela rolagem, pelo BC, de 100% da dívida cambial - US$ 3,1 bilhões. O déficit externo fechado em fevereiro também mostra uma sinalização positiva: o acumulado dos 12 meses é de US$ 5,55 bilhões, caindo para 1,22% do PIB. O superávit comercial, nos três primeiros meses, é de cerca de US$ 3,6 bilhões. Já o superávit do setor público, em janeiro e fevereiro, foi de 7%, proporcionando um acúmulo de R$ 16,084 bilhões. A persistência desse caminho indica que o Brasil está controlando a inflação e que poderá baixar os juros num momento oportuno.

A melhora dos indicadores macroeconômicos é o retrato da transição: mostra que não estamos persistindo no caminho de crise do governo anterior e que começamos a construir as condições para atingir aquele ponto de chegada a que nos propusemos, aqueles objetivos que propugnamos durante a campanha. Em síntese, o lugar onde queremos chegar, do ponto de vista econômico, consiste na superação do ciclo do baixo crescimento com retomada do desenvolvimento econômico sustentável, com a geração de empregos e distribuição de renda. Para isso será fundamental melhorar o nosso desempenho fiscal, baixando a relação dívida/PIB, fator que permitirá baixar os juros e aumentar as taxas de investimentos de longo prazo. No passado, o Brasil cresceu sem distribuir renda. Nos anos recentes, o Brasil nem cresceu e nem distribuiu renda. O objetivo central do PT e do governo Lula é o de crescer e distribuir renda.

Do ponto de vista político, queremos um país e uma sociedade mais democráticos, com o alargamento dos espaços e dos instrumentos de participação dos cidadãos, com mais controle e fiscalização da sociedade sobre o poder público. Queremos um país com menos corrupção, com menos apropriação privada dos bens públicos, com mais sentido republicano e com distribuição mais justa e eqüitativa dos fundos públicos. É visível a mudança do padrão democrático do governo no relacionamento do Executivo com os outros poderes, com os entes federados e com a sociedade. O governo vem demostrando uma alta disposição de respeito à autonomia e de diálogo com o poder Judiciário. O presidente Lula compareceu pessoalmente ao Congresso na abertura dos trabalhos da nova legislatura e manteve encontros com os governadores, prefeitos, empresários e sindicalistas.

Do ponto de vista externo, queremos que o Brasil alargue seus espaços de atuação internacional, queremos que o governo defenda os interesses do país e queremos que os espaços adequados de nossa soberania sejam preservados. O Brasil pode e deve exercer uma liderança positiva e construtiva no âmbito da América Latina e no âmbito das instituições internacionais e multilaterais. O governo Lula já está empreendendo de forma consistente e responsável a construção desses objetivos, que serão a expressão das mudanças que pregamos.

Ao contrário do que alguns dizem, o governo não está parado e o Brasil vem mudando, mesmo na política econômica. Por perceber que o Brasil está mudando e por acreditar que o Brasil mudará ainda mais, para melhor, o povo confia no governo Lula, como mostram os dados das pesquisas de opinião. Governo e PT devem reconhecer, sem vaidade, sem arrogância e com humildade, que as transformações históricas que o Brasil precisa, ainda estão por vir.

12 de Abril de 2003

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