Opinião

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A força e a responsabilidade do PT

O PT, ao completar 24 anos, agrega duas qualidades que consideramos essenciais: a força da vontade política e a responsabilidade da ação. O PT é um partido que tem força e consistência, chegando ao poder, não deixou e não deixará de receber os influxos das energias ativistas dos movimentos sociais, da juventude, das mulheres, dos negros, dos homossexuais. Esta energia vem de sua história, do sindicalismo, do movimento de igreja progressista, dos movimentos de esquerda e dos sobreviventes do regime militar que foram protagonistas da fundação do partido e que conferem a ele uma dupla capacidade: a da transformação e a da renovação.

No quadro partidário brasileiro, é o PT quem encarna as esperanças e as perspectivas de transformação da realidade social, econômica e política do país. A idéia da transformação é, ao mesmo tempo, necessidade dos movimentos sociais e sonho de juventude.

Nós, dirigentes do PT, lutamos ao longo destes anos para que esta síntese enérgica do partido não se perca nos meandros do poder, nas imposições do pragmatismo e nas exigências de resultados. Esta luta começou quando elegemos a primeira prefeitura petista, em Diadema, e foi fortalecida por dirigentes como os companheiros Lula, Olívio Dutra, Luiz Gushiken, Rui Falcão e José Dirceu, que presidiram nacionalmente o PT durante estes anos.

A combinação de uma militância experiente e calejada nos movimentos sociais e dirigentes experientes faz do PT um partido responsável perante a sociedade, sereno diante das dificuldades na busca de objetivos e arrojado no enfrentamento dos grandes desafios que lhes são postos pela realidade. O PT se move pelo equilíbrio entre sensatez e ousadia. É esta sabedoria prática e teórica do PT que faz de sua trajetória, desde sua fundação até hoje, uma trajetória vitoriosa.

Ao completar 24 anos de fundação e pouco mais de um ano na Presidência da República, é possível avaliarmos que o PT não se acomodou. Pelo contrário, ampliou sua força na sociedade, sua organização interna e sua profissionalização. Faz isso sem deixar de incorporar a força que vem da militância e dos movimentos sociais. Isto faz do PT um partido de representação de interesses reais de vários grupos sociais.

O PT representa grupos sociais economicamente subalternos, grupos socialmente excluídos, dos trabalhadores e de setores da classe média, e amadureceu ao compreender que para promover as transformações que almeja, é necessário agregar outras forças. Daí o PT percebeu não só o caráter processual das mudanças, mas a necessidade de promover alianças para realizá-las. Para o PT, as alianças não são arranjos fundados em interesses fisiológicos. As alianças são expressões de imperativos programáticos, pelos quais os petistas lutam cotidianamente.

O primeiro artigo do estatuto partidário diz o seguinte: “O Partido dos Trabalhadores é uma associação voluntária de cidadãs e cidadãos que se propõem a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático”.

O PT, portanto, é um partido de esquerda. É também de esquerda porque onde governa, nas prefeituras, nos Estados e agora na presidência da República, governa para todos, mas priorizando as políticas que atendam às necessidades da população excluída e explorada. É este o sentido de programas como o Fome Zero, o Bolsa Família e inúmeros outros programas sociais e redistributivos que proliferam nos governos petistas. O PT é um partido democrático de esquerda porque faz da ampliação da participação da sociedade nas decisões do poder ou no controle do Estado um campo de batalha, como o Orçamento Participativo e da criação de inúmeros conselhos com participação social nas várias esferas de governo.

Hoje, enfrentamos novos desafios, como o de aprofundar nossa relação com o movimento social e estabelecer um debate franco e democrático com a intelectualidade brasileira. Também, pela primeira vez em nossa história, enfrentaremos a disputa das eleições municipais ocupando a Presidência da República. Mais uma vez, poderemos comemorar vitórias, calcadas na experiência acumulada nestes 24 anos, em nossa militância e no sonho de que podemos fazer do Brasil um país efetivamente justo e democrático.

10 de Fevereiro de 2004

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