Opinião

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NOTAS POLÍTICAS

Nota 13: Não é sorte, é projeto!

A aprovação recorde do governo Lula e os números revelados pelo IBGE no dia 18 de setembro demonstram que o Brasil encontrou seu caminho. Nosso crescimento econômico é acompanhado por distribuição de renda, alcançamos a sustentabilidade fiscal e diminuímos drasticamente nossa vulnerabilidade externa. Além de todos os índices serem positivos, eles são homogêneos. Isto é, seja por região geográfica, camada social, faixa etária, ou outra classificação estes índices aumentam de maneira uniforme. Sem dúvida alguma, vivemos um momento histórico extraordinário, que está moldando o futuro do Brasil.

Uma parte da oposição desnorteada e os "sem-discurso" de plantão buscam no sobrenatural e na superstição a explicação disso tudo. Para eles, Lula simplesmente tem "sorte". Outros conseguem perceber que os dados revelados pelo IBGE, por meio do Pnad, resumem de forma nítida as razões para os altos índices de aprovação do governo Lula. Pois, parece claro que o índice de 77% de aprovação de Lula guarda relação com o fato de a renda do trabalhador crescer 15% em três anos e de termos, nas regiões metropolitanas, a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos, entre tantos outros resultados das políticas adotadas pelo atual governo. Ainda assim, para alguns, até a racionalidade destes números não passa de um subproduto da tal "sorte" de Lula, justificativa tão preconceituosa quanto ridícula.

Pouco se fala dos conflitos e das tensões dos primeiros anos de governo. A busca pelo aumento do superávit e pelo equilíbrio das contas públicas, as políticas adotadas em relação à dívida externa e ao FMI; a implantação do modelo das Parcerias Públicos-Privadas (PPPs) - hoje presentes no PAC; as medidas de expansão do microcrédito; a aprovação da Lei das Falências; o SIMPLES e outras tantas ações tomadas no decorrer dos dois primeiros anos de governo foram medidas que prepararam as condições para o atual nível de crescimento. Iniciativas que foram duramente combatidas pela oposição e por setores da mídia. As reuniões do Diretório Nacional do PT eram marcadas por intensos debates, cujo pano de fundo era o apoio ou não a estas medidas. Recordo que, em meio a ataques violentos da oposição e após meses de luta incessante para aprovar mudanças no sistema previdenciário, fui chamado para um debate com petistas da Vila Madalena, em São Paulo, que não compreendiam os rumos que o governo tomava.

Na minha opinião, foi a experiência e o preparo de Lula, sua firmeza política e ideológica e a sua capacidade de superar crises que viabilizou e definiu a continuidade do nosso projeto para o Brasil. Todas as medidas implantadas são resultados de opções de governo. Opções muitas vezes difíceis e duras, mas que hoje dão à esquerda melhores condições na disputa política.

Mais do que comemorar os avanços sociais e econômicos do Brasil sob o governo Lula, concordo com todos que dizem que o PT deve se preparar para dar o próximo passo na consolidação do seu projeto estratégico. Projeto este que não se conclui com o término do governo Lula. As tarefas para tornar o Brasil um país democrático, soberano e justo socialmente ainda são muitas. Algumas delas são urgentes, como é o caso da erradicação do analfabetismo e de uma revolução na educação, com a implantação de um novo sistema educacional. Outras fazem parte de um conjunto de ações de modernização do estado brasileiro. Destaco, entre elas, a continuidade dos investimentos públicos em infra-estrutura e do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), bem como a realização do Plano Nacional de Defesa, cuja meta mais global é o avanço da nossa soberania, tanto nas relações comerciais e econômicas como na geopolítica e na defesa das riquezas brasileiras. Além, é claro, daquelas que já fazem parte do nosso programa e que são imprescindíveis para a melhoria da qualidade da nossa democracia, como é o caso da Reforma Política.

Parece óbvio, também, a relação das medidas adotadas no primeiro mandato com o comportamento da economia brasileira frente à atual crise financeira global, que, segundo os principais economistas, é a pior desde a crise da bolsa norte-americana em 1929. Mas isso fica para a próxima nota.

01 de Outubro de 2008

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