Opinião

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NOTAS POLÍTICAS

Nota 40 - Nosso projeto e os desafios para 2010

No dia 3 de agosto, início dos trabalhos legislativos deste segundo semestre, ocupei o chamado “Grande Expediente” da Câmara dos Deputados para me pronunciar sobre o que estará em jogo nas eleições de 2010, suas imposições políticas as nossas tarefas do presente e o impacto do seu resultado para o futuro do Brasil e do mundo.

Lembrei que o Brasil está resistindo e saindo da atual crise econômica como em nenhuma outra antepassada. “Ao contrário das crises do México, da Ásia e da Rússia, nesta, que é a maior crise do capitalismo das últimas décadas, o Brasil não quebrou! Por quê? Por causa das iniciativas que o governo Lula adotou recentemente e também em razão de medidas mais profundas que estão sendo adotadas desde o primeiro mandato.”

Da mesma forma que esta circunstância abre possibilidades históricas para a construção de um projeto nacional, a crise mundial e o sucesso do nosso governo deixaram a oposição na defensiva.  Por isso, chamo a atenção para o fato de discursos do tipo "agora é o pós-Lula”, que aquilo que nos difere é a gestão, que o que está em jogo é a capacidade de gerenciamento e a eficácia, nada mais serem do que “um simulacro que esconde o vácuo programático e ideológico da direita e dos neoliberais.”

Portanto, é vital percebermos que as eleições do ano que vem serão marco decisivo da nossa história, onde a disputa político-ideológica estará no centro da mesa. “O mundo todo estará voltando sua atenção para cá, pois o resultado das eleições de 2010 não só definirá o futuro próximo do Brasil, mas provocará um impacto muito grande no mundo todo e, em especial, na América Latina.”

Isto implica, para mim, na necessidade do PT desenhar sua estratégia eleitoral tendo como perspectiva central a vitória da companheira Dilma. As alianças e os palanques estaduais deverão estar subordinados e formados a partir deste objetivo, pois ele, em minha opinião, é imperativo. “Não podemos ter receios de dizer que para nós só haverá vitória nas eleições de 2010 se Dilma for eleita.”

Isto dá, também, às nossas disputas internas outra dimensão. Chamo a atenção para uma “lei que a dinâmica da luta de classes impôs ao PT: quando o PT se divide, perde; quando se isola, perde, e quando se esconde, também perde.” Devemos fazer um esforço para transformar o Processo de Eleição Direta (PED) “num grande congraçamento político e eleitoral. Transformar a presença dos filiados e dos militantes para votar numa grande festa da pré-campanha da nossa candidata.(…)Vamos fazer a unidade na política e marcar essa disputa interna pela busca daquilo que nos une, das convergências. O debate sobre programa e estatuto nós podemos fazer no IV Congresso. O PED seria o grande momento de encontro do PT com as suas lideranças.”

Finalizo o discurso dizendo que “não é qualquer coisa um partido como o nosso entrar numa disputa de hegemonia. Nós governamos o País, mas não temos a hegemonia. E não vamos tê-la se o PT não se colocar à frente dessa disputa.” Os acontecimentos e movimentações  políticas destes últimos dias só reforçam esta idéia. O PT não deve se abalar nem prostrar-se. Deve perceber que tudo - denúncias, candidaturas, manchetes e até as “novidades” - está sob a orientação de um destes dois projetos. Pois a disputa de 2010 colocará o Brasil diante da possibilidade de escolher um entre dois caminhos, não mais. Ou o de Lula, do PT e dos nossos aliados ou o da direita -velha e nova - e dos neoliberais derrotados em 2002.

A íntegra deste pronunciamento já está publicado aqui e também foi impressa na forma de um caderno. Quem desejar um exemplar é só mandar um e-mail com o endereço para a remessa.

14 de Agosto de 2009

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