Opinião

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NOTAS POLÍTICAS

Nota 41 - Os aeroportos devem permanecer sob o controle do Estado

Um debate de importância crucial para o país já está acontecendo nas páginas dos jornais e é necessário que ele também envolva a opinião pública. Diz respeito à privatização dos aeroportos brasileiros. Foi justamente este o tema do meu pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (19).

Nele, lembro que a INFRAERO, responsável pela administração de 67 unidades aeroportuárias, é a terceira operadora de aeroportos do mundo. É uma empresa saneada que tem um corpo técnico capacitado e conta com 30 mil funcionários.

Afirmo, também, que defender a privatização dos aeroportos é, na verdade, ficar na contra-mão da tendência mundial. Países importantes estão aumentando a fiscalização e o controle dos aeroportos pelo poder público. Hoje eles se tornaram componentes de políticas públicas e elementos fundamentais na definição de estratégias de defesa. Por isso, os principais aeroportos do mundo são administrados por empresas estatais.

Entretanto, aqui no Brasil, para além dessas questões estratégicas, esta discussão é alimentada pela realização de um evento de grandes proporções e que demandará muito da estrutura aeroportuária do país, que é a Copa do Mundo de 2014.

Mas nem mesmo as necessidades infraestruturais para a realização de um evento desta magnitude podem ser usadas como argumento para que se defender a privatização dos aeroportos.  Pois, levando em conta justamente essas necessidades é que a INFRAERO, mantém um plano de investimentos compatível com o crescimento da demanda esperada para 2014.

Estão previstos recursos da ordem de R$ 5,4 bilhões em todos os aeroportos das cidades sedes. Adicionalmente aos investimentos, a INFRAERO pretende adotar procedimentos operacionais específicos, com foco no uso dos aeroportos em horários fora do pico. Pois grande parte dos passageiros internacionais utilizará voos fretados e os brasileiros vão preferir aqueles em horários alternativos, mais baratos.

Desse modo, no tocante ao sistema aeroportuário, mantidos os investimentos planejados, o Brasil não deverá enfrentar problemas para a realização da Copa de 2014.

Para concluir, chamo a atenção para o fato de que aqueles que defendem a privatização, a defendem apenas para os aeroportos mais lucrativos, do eixo São Paulo-Rio. Isto inviabilizaria a operação rentável do sistema, trazendo como consequencia a degradação da nossa malha aeroportuária e a sobrecarga do Tesouro Nacional, transformando a INFRAERO em uma empresa deficitária.

02 de Setembro de 2009

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