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Economia

Genoino fala sobre crise no sistema financeiro internacional

Câmara dos Deputados
Sessão: 274.2.53.O  
Data: 12/11/2008
Hora: 10:18   

Sr. presidente, sras. e srs. deputados, a crise no sistema financeiro internacional está exigindo a entrada na cena política da política, das lideranças políticas, em lugar das agências de avaliação de risco, dos tecnocratas de altos salários e dos especuladores.

A entrada das lideranças políticas, sr. presidente, a supremacia da política é o caminho para se enfrentar essa ordem mundial injusta que se baseou na especulação, na fantasia dos derivativos e que está produzindo essa grave crise no sistema financeiro internacional.

Nosso presidente da República, o companheiro Lula, vem desempenhando papel fundamental na agenda internacional, no enfrentamento da crise.

O pronunciamento do presidente da República na sessão de abertura dos trabalhos da ONU este ano, o discurso que proferiu juntamente com o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central aqui no Brasil e as declarações de S.Exa. na visita que está fazendo à Itália, enfim, todas essas iniciativas são destacadas pela própria imprensa internacional, reportando-se ao papel, às posições e às articulações do Presidente Lula.

Cabe registrar que o Financial Times, em notícia publicada hoje, mostra a importância da posição o reconhecimento do Brasil como ator fundamental na construção de propostas para superar a crise financeira mundial e na América Latina. Aquele jornal afirma que o G-20 está perto de se unir sobre um estímulo fiscal coordenado globalmente. O mais importante é que os líderes das economias avançadas e emergentes concordaram.

A posição do Brasil entre os países emergentes na discussão e na negociação com os países ricos é a afirmação de que as políticas desenvolvidas pelo nosso Governo — com a sua experiência exitosa, coerência, intuição, vivência, habilidade, fidelidade e sensibilidade política — colocam no enfrentamento da crise internacional, além da reestruturação dos organismos multilaterais, que é algo muito importante, também a questão de que a crise não pode significar o aprofundamento do problema social, o aumento da pobreza, o aumento da miséria, o aumento do desemprego.

Esse debate é fundamental no momento em que o mundo discute novos parâmetros para a sua ordem internacional.

Quando caiu o muro, no final dos anos 80, o episódio foi cantado em prosa e em verso e surgiu a hegemonia do modelo neoliberal, do Estado mínimo, do mercado todo-poderoso, da desregulamentação e do processo de privatização em larga escala.

E hoje, sr. presidente, coloca-se na ordem do dia uma nova agenda sobre o papel do Estado, sobre a agenda da soberania nacional e sobre o desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda e com inclusão social.

E é dessa agenda que os países, como o Brasil, têm que assumir o protagonismo, como o presidente Lula vem assumindo no enfrentamento dessa crise.

As medidas adotadas pelo Governo Lula têm evitado um agravamento da crise e suas conseqüências aqui no Brasil. São medidas positivas, algumas delas já aprovadas, a exemplo da Medida Provisória nº 443. E quanto às iniciativas políticas na área de relações internacionais, a diplomacia presidencial tem sido um elemento fundamental no debate político, nas articulações e na construção de uma legitimidade que possa colocar em prática aquilo que o primeiro-ministro britânico afirma: um mundo mais justo, multilateral, mais estável, próspero, baseado na cooperação e na justiça — aliás, um discurso bem diferente do que era feito quando se impunha o unilateralismo norte-americano.

Por isso, para concluir, sr. presidente, quero saudar e apoiar a ação do meu Governo, a ação do presidente Lula, nos planos interno e externo, que têm dado resultados eficientes e concretos para enfrentar essa crise, não só com as medidas circunstanciais e pontuais, mas com o debate estratégico sobre o futuro que temos que construir e pensar para a humanidade. O futuro da humanidade não pode ser desenhado apenas pelo mercado, pela especulação e pelo fluxo financeiro; tem de ser regulado pela cidadania, pela soberania nacional, pelo papel do Estado e por um desenvolvimento econômico socialmente justo, ambientalmente equilibrado e com sustentabilidade internacional.

Muito obrigado, sr. presidente.

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