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SAUDAÇÃO
Câmara dos Deputados - Detaq
Sessão: 301.2.53.O
Data: 03/12/2008
Hora: 14:44
José Genoino - Sr. presidente, sras. e srs. deputados, quero desta tribuna fazer uma saudação à V Marcha da Classe Trabalhadora, organizada pela CUT, que hoje, em Brasília, está com uma intensa programação, inclusive com visitas aos presidentes da Câmara e do Senado e visita e pressão junto ao Ministro do Trabalho. Parece-me também que está encaminhada uma audiência com o presidente Lula.
Essa marcha denominada Desenvolvimento com Valorização do Trabalho é muito importante. Em primeiro lugar, pela força dos sindicatos, da CUT, pela importância da mobilização de rua. E essa central, ao longo desses anos, tem feito um movimento político de autonomia e de pressão em relação ao governo.
Entre os itens da pauta da Central Única dos Trabalhadores que quero destacar, acho importante a orientação geral. Diante da crise internacional, a Central Única dos Trabalhadores busca pressionar o governo para que o enfrentamento das conseqüências da crise financeira não afete o crescimento econômico, os direitos sociais e a política de emprego. Constam da pauta nacional de lutas da Central Única dos Trabalhadores, sr. presidente, os seguintes itens: ampliação dos direitos dos trabalhadores; valorização do salário mínimo; correção da tabela do imposto de renda — acho esse ponto fundamental, porque atinge um setor social e econômico importante da sociedade brasileira — ;fim do imposto sindical; posição sobre o tema estratégico do petróleo do pré-sal como patrimônio da nação brasileira e vários outros.
O movimento social organizado tem um papel fundamental para nós do PT, para nós que apoiamos o governo, porque entendemos que as mudanças que operamos e executamos no Brasil têm o aspecto institucional, eleitoral, governamental, que estamos realizando com muito sucesso, mas têm também o braço social, da rua, da pressão. O movimento sindical pressiona, faz reivindicações, com a sua autonomia, com a sua própria dinâmica — é isso o que a Central Única dos Trabalhadores está realizando hoje aqui em Brasília, com a marcha, a mobilização, as caravanas —, e dá visibilidade à pauta dos trabalhadores. O movimento social organizado, particularmente a Central Única dos Trabalhadores, constitui-se em um sujeito político importante desse processo.
Estamos vivendo um processo de disputa no Brasil em que temos a liderança do companheiro Lula, uma liderança muito forte, que é um valor fundamental para uma estratégia de esquerda, o PT e demais partidos de esquerda, as alianças que estamos realizando, os nossos governos e o movimento social organizado, entre os quais merecem destaque a Central Única dos Trabalhadores, a Contag, o movimento dos sem-terra e o movimento estudantil.
São movimentos que se constituíram ao longo do processo de democratização do país. Nós do PT, que temos uma identidade com esses movimentos, mesmo defendendo com todo o radicalismo o nosso governo, temos que compreender essa dimensão da pressão social, essa tensão que é necessária, primeiro pelo princípio democrático, segundo pelo ângulo da força social e política que se coloca em ação para garantir certas conquistas. A crise e os reflexos dela no Brasil podem ser enfrentados pela ótica conservadora de favorecer a defesa do grande capital, ou ela pode ser enfrentada pela ótica do Estado do bem-estar social, procurando defender o emprego, os direitos sociais. Não cortar gastos dos programas sociais, garantir os investimentos daqueles setores econômicos que mais empregam, mais produzem é uma visão.
Portanto, sr. presidente, apesar do debate e das alianças, há o lado de lá e o lado de cá. O lado de cá é o lado dos trabalhadores, é o lado das massas populares, dos oprimidos, dos explorados, que temos que buscar fortalecer com o nosso governo, com o governo do presidente Lula. Por isso, saúdo a marcha dos trabalhadores. A Central Única dos Trabalhadores merece todo o nosso apoio, todo o nosso incentivo para continuar pressionando e se fortalecendo.
Muito obrigado, sr. presidente.
