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UNASUL

Conselho de Defesa Sul-Americano trará cooperação e entendimento

Câmara dos Deputados
Sessão: 325.2.53.O
Data: 17/12/2008
Hora: 10h

José Genoino (PT-SP) - Sr. presidente, sras. e srs. deputados, a reunião da União das Nações Sul-Americanas, ocorrida ontem na Bahia, na Costa do Sauípe, aprovou a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano.

Acho importante essa decisão da UNASUL porque, como afirmou o ministro Nelson Jobim, o Conselho de Defesa Sul-Americano é um conjunto de ações, de articulações para manter a ajuda mútua na região. Não se trata de um centro de operações, nem de ações militares; trata-se de cooperação, de entendimento e de troca de experiências.

O nosso governo, o governo do presidente Lula, trabalhou e trabalha firmemente pela integração sul-americana nos planos econômico e político.

Agora, dá outro passo importante: no plano da cooperação da defesa, no plano da ajuda mútua, no plano do entendimento para conceber a integração, o entendimento entre esses países, numa área estratégica, a saber, a área da defesa, área fundamental para a projeção de poder e do entendimento.

Não existem contradições insuperáveis entre os países que integram a UNASUL.

Problemas históricos podem ser resolvidos através da negociação, através de instrumentos democráticos. O Brasil particularmente não tem nenhum contencioso em relação a esses países e ainda desempenha um papel fundamental, e aí destaca-se o ministro da Defesa Nelson Jobim, que visitou todos esses países; superou divergências, particularmente com a Colômbia; participou de forma paciente de demoradas reuniões com outros governos. A partir disso, como um dos resultados dessas reuniões da UNASUL, constituiu-se exatamente o Conselho de Defesa Sul-Americano.

Como diz o Presidente Lula, a integração sul-americana é, no momento em que o mundo atravessa essa crise, uma alternativa para se pensar uma estratégia comum de desenvolvimento econômico e, ao mesmo tempo, estreitar nossos laços e identidades, respeitando as particularidades de cada país.

É um momento muito importante que eu ressalto como histórico no processo da integração sul-americana.

Sabemos que, durante muitos anos, a hegemonia norte-americana na região impunha uma doutrina militar, uma doutrina intervencionista, uma doutrina de concepção de inimigo interno.

Com a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano busca-se outro parâmetro, um parâmetro não-belicista, um parâmetro não do inimigo interno, um parâmetro não de projetar conflitos e radicalizações entre países irmãos que só faziam contribuir para
o seu enfraquecimento.

Portanto, quero aqui elogiar o trabalho do ministro da Defesa, Nelson Jobim, na viabilização do Conselho de Defesa Sul-Americano, defendendo um dos elementos importantes da política externa do presidente Lula: a integração regional com uma visão estratégica de influência, de projeção e de disputa de espaço geopolítico no mundo.

Muito obrigado, sr. presidente.

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