Parlamento - Pronunciamentos

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CONJUNTURA

Para Genoino, o PT está forte

Câmara dos Deputados - Detaq    
Sessão: 212.3.53.O     
Orador: José Genoino    
Data: 20/08/2009
Hora: 16h09    

Deputado Luiz Couto - Para uma comunicação parlamentar, concedo a palavra ao deputado José Genoino. V.Exa. dispõe de 10 minutos.

José Genoino - Sr. presidente, Sras. e Srs. deputados, estamos insistindo, na tribuna da Casa, seguindo a orientação do líder, deputado Cândido Vaccarezza, os pronunciamentos do presidente Lula e as posições adotadas pela Presidência Nacional do Partido dos Trabalhadores, e deputado Ricardo Berzoini, que está em disputa, neste momento, o debate sobre o projeto que está mudando o Brasil, sob a liderança do presidente Lula.

Todos os indicadores, todos os números, todas as avaliações atestam que esse projeto está avançando no sentido de um País mais justo, economicamente mais forte, soberano e que resolve os seus problemas pela via democrática e em negociação com o movimento social.

Esse projeto derrotou as previsões da oposição midiática e oposição partidária, que pregavam o pior com a crise, pregavam o pior com a crise aérea, pregavam o pior com a crise do cartão corporativo e pregavam o pior na eleição de 2006 — se for mais longe —, pregavam o fim desse projeto na crise do PT de 2005.

Essas previsões catastróficas foram derrotadas porque é um projeto que mudou a vida do brasileiro. Mais do que isso. É um projeto que representa para o povo brasileiro a autoestima, representa para o povo brasileiro a identidade com os valores que a liderança do companheiro Lula sintetiza numa disputa política e, ao mesmo tempo, numa disputa de hegemonia. Foram derrotados.

Agora, a oposição midiática — muitas vezes os partidos viram porta-voz da oposição midiática — tenta, no desespero, atingir o PT. É só ler os editoriais hoje de algum dos jornalões, que são editoriais partidários, editoriais posicionados. Tentam, agora, atingir o PT. Primeiro, o PT não está em crise. O PT tem 29% de adesão da população brasileira.

O PT está vivendo um clima de unidade, o que poucas vezes na sua história aconteceu. Inclusive, vamos fazer uma eleição direta num clima de unidade.

O PT, e a prova disso é a nossa bancada na Câmara dos Deputados, vota de maneira coesa, de maneira consciente com o governo. É só ver as votações que têm-se processado aqui.

E a bancada do PT na Câmara tem atuado como elemento central no sentido da defesa desse projeto.

A militância do PT está mobilizada: plenárias, encontros, reuniões, filiações. O PT é uma instituição forte. E essa instituição forte que está enfrentando o projeto de mudança do Brasil não vive crise porque um ou outro companheiro sai do partido. A filiação ao partido é um ato voluntário. A desfiliação também. Nós lamentamos. E sempre lamentamos isso quando saíram do PT pessoas como Vitor Buaiz, pessoas como Maria Heloísa Fontenele, pessoas como Jacó Bittar, pessoas como a companheira Luiza Erundina, outras pessoas que saíram do PT. Nós lamentamos. E dizemos sempre uma coisa: num projeto coletivo como é o PT as lideranças são importantes, mas elas não podem ser maiores do que o partido, do que a sua militância, do que os seus filiados. Porque esse partido nos indica, essa militância socialmente organizada é um projeto que se viabilizou ao longo dos 29 anos. Projeto que enfrentou todas as dificuldades na primeira fase, nas eleições presidenciais, nas experiências de governo. E um projeto que se fortalece na combinação entre a luta social e a luta institucional. Veja a relação fundamental que temos com os movimentos sindicais e populares. E nós construímos uma experiência política exitosa, que é um sistema de sujeitos políticos que faz maioria para mudar o Brasil. É a liderança do companheiro Lula. Não há um partido de esquerda no mundo que tenha uma liderança com a identidade, com o compromisso e com a competência e o tirocínio do companheiro Lula. Temos o PT, que tentaram, previram que o PT ia deixar de existir. E o PT hoje é forte. Temos o movimento social organizado, temos um bom governo, temos excelentes governos nas prefeituras onde governamos, temos lideranças e parlamentares que pendem e constroem esse projeto que está mudando o Brasil. Claro que nós temos erros, temos falhas, debilidades, mas o PT, mesmo diante de erros e falhas, ele não cometeu crime na sua experiência política, nem as pessoas se enriqueceram na sua vida privada. O PT sabe avaliar seus erros, sabe avaliar suas experiências de maneira serena e humilde.

Por isso, neste momento, em que a oposição midiática busca criar um clima de que o PT está em crise, quero dizer que o PT está unido, mobilizado, sabe onde quer chegar, quer eleger a companheira Dilma para dar continuidade a esse projeto.

Veja bem, deputado Fernando Ferro, quando se realizou o plebiscito na Venezuela, na Bolívia e no Equador, a mídia dos jornalões e muitos na Câmara fizeram pronunciamentos radicais contra o que eles chamavam de populismo autoritário. Pois bem, Uribe aprovou no Senado consulta plebiscitária se deve disputar a reeleição. Os senhores não ouviram ninguém falar sobre isso, não viram um editorial, um pinga fogo, um pronunciamento. O Uribe, aliado das posições mais conservadoras e de direita, não sei se quem está me ouvindo sabia, porque só saiu no blog que o Senado da Colômbia aprovou a consulta plebiscitária para a reeleição do Uribe.

Terceiro mandado. Imaginem se fosse a Venezuela, Evo Morales ou Correa? Imaginem se fosse a Nicarágua, o Uruguai? Escândalo. Articulistas, cientistas políticos faziam teses sobre o risco do populismo da América Latina, mas já que é o Uribe, da direita, aliada a uma política terrorista no tratamento dos movimentos sociais e não sabe negociar com o conflito armado que está dentro da Colômbia, e nós defendemos uma solução negociada, porque aquele não é o caminho, ninguém fala. Cadê os defensores da democracia? Cadê os defensores contra o terceiro mandato? Sumiram, porque é o Uribe.

Nós, da bancada do PT, aprovamos — e dei um parecer — por unanimidade, na CCJ, contra a tese da reeleição como referendo. A situação no Brasil está encerrada, e aqui não se fala do Uribe. Pelo discursos, artigos, manchetes, mas isso tem lado, é o lado dos que querem a mudança, dos que querem a distribuição de renda, soberania, dos que querem defender direitos que estamos realizando essa façanha na América do Sul e no Brasil.

Por isso, Sr. presidente, que eles escolhem esse tipo de ataque. Como? De maneira barata e gratuita tentam atacar a figura da companheira Dilma.

Uma mulher que faço questão de defender, como militante político de esquerda nos anos 60. E não era fácil. Defendo-a como administradora, como defensora do nosso governo, como uma mulher corajosa. Por trás de muitos ataques, há o preconceito em relação à mulher. Vamos trabalhar para que o PT, esse partido tão forte, que fez de um operário o primeiro presidente da República no Brasil, faça como presidente do Brasil a Dilma, mulher combatente e grande administradora.

Portanto, deputado Fernando Ferro, o PT está forte.

Muito obrigado.

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