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Câmara dos Deputados
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não poderia deixar de manifestar aqui o meu repudiar os ataques ideológicos, sectários, conservadores e de direita, que tem sido feitos por líderes da oposição, aos governos da Venezuela e da Bolívia. São dois países que vivem um processo político de transformação econômico-social, processo tenso, complexo, radicalizado. Mas não dá para aceitar a qualificação que foi feita nesta tribuna e nas Comissões de que Evo Morales é um ditador, que Evo Morales é governo totalitário. Isso é uma miopia ideológica preconceituosa!!
Esses países viveram o dilema das ditaduras da década de 70, experimentaram as políticas neoliberais dos anos 80 e 90 e, agora, estão construindo caminhos alternativos para distribuir a renda, para distribuir a riqueza, para construir uma democracia direta com democracia representativa. E isso não é feito sem confronto, sem choque, sem que o processo seja radicalizado.
Não podemos fazer um julgamento, de natureza preconceituosa, maniqueísta, ideológica. Esse pré-julgamento do governo Evo Morales reflete uma visão elitista e de direita.
A Bolívia sempre foi governada por uma elite, que excluía os índios, excluía a maioria da população pobre. Agora está tendo uma representação legítima da população indígena, da população excluída e nesse confronto busca, Sr. Presidente, um processo democrático, de transformação econômico-social.
É claro que não é fácil! É difícil, é duro, mas nós, como militantes do PT e como militantes de esquerda não aceitamos que qualifiquem a experiência da Venezuela, e em particular a da Bolívia, como experiências autoritárias e totalitárias. São experiências democratizantes, do ponto de vista político, do ponto de vista econômico e social.
Era isso, Sr. Presidente, quer eu queria dizer. Em respeito aos meus colegas, deixar alguns minutos para o meu companheiro aqui do PMDB que vai usar a tribuna.
Muito obrigado, Sr. Presidente.