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Câmara dos Deputados
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Quero registrar, neste breve discurso, o lançamento da TV Digital, feito no dia 2 deste mês de dezembro.
Neste registro, devo destacar alguns aspectos que não estão sendo objeto de comentários na imprensa.Em primeiro lugar, me chamou a atenção a simplicidade do ato de lançamento desse grandioso projeto do atual governo. Aliás, ao contrário do que a oposição e a mídia oposicionista costumam dizer, o presidente Lula vem pautando sua presença em atos de inauguração e de lançamento de obras e projetos com muita discrição. Se fosse outro o governo e outro o governante, não se falaria em nada mais uma semana antes do acontecido. Foi assim, para ficar em um só exemplo, o que ocorreu em 1972, quando do lançamento do sistema de TV em cores no Brasil. A festa de lançamento foi regada a brindes e a queima de fogos.
E, cá para nós, a diferença entre inaugurar um sistema de imagem colorida e o de qualidade e amplitude de sinais de radiodifusão é muito grande. Mais uma vez, o presidente Lula optou por uma solenidade simples e sóbria. O governador de São Paulo, em cuja capital se dará a primeira experiência concreta com a TV digital, não prestigiou uma das mais importantes realizações do governo Lula.Trata-se de não apenas colocar o País em mais um patamar de modernidade, mas de colocar à disposição de todos os brasileiros um instrumento excepcional de acesso à informação e ao conhecimento. Sabe-se, inclusive, que juntamente com o projeto da TV digital o governo concluirá outro extraordinário projeto, que é o da internet de acesso rápido, para utilização por qualquer um de nós, mas sobretudo pela população mais carente, em condições extremamente favorecidas.
Duas questões das mais importantes, que se apresentam no conjunto das conquistas advindas da TV digital, precisam ser destacadas. Uma delas é o que podemos chamar de democratização dos meios de comunicação televisiva, que no Brasil se encontram profundamente concentrados em mãos praticamente únicas desde 1965. Com o projeto da TV digital, aberto à ampla concorrência competitiva, não se criam condições de estímulo ao concentracionismo monopolista. Aliás, há registros na imprensa de que a Rede Bandeirantes já teria feito mais investimentos do que toda a concorrência, numa aposta segura na perspectiva de que a TV digital trará maior democratização dos meios de comunicação no Brasil.A outra questão muito importante é o grande salto de qualidade que será dado com a interatividade nas transmissões. Isto significa que, em relativamente curto prazo, poderemos participar ativamente dos programas que nos interessem, opinando e interagindo de forma direta, desde nossa casa, por sistema de controle remoto, daquilo que entendermos estar sendo correta ou incorretamente veiculado, entre outras possibilidades como fazer compras diretamente pela TV, votar em pesquisas etc.Mais do que um avanço tecnológico, essas duas conseqüências diretas da TV digital constituem conquistas da cidadania e da democracia, verdadeiras marcas das realizações do governo do Presidente Lula.
Além da melhoria na qualidade do sinal e da alta definição de imagens, a TV digital permitirá mobilidade e portabilidade, o que significa podermos dentro de algum tempo ver os programas em ônibus, aviões, barcos, computadores e até nos celulares que vierem a ser fabricados para isso com tecnologia exclusivamente brasileira. Também será possível ver programas em sistema de multiprogramação.De parabéns, pois, o Presidente Lula, a Ministra Dilma Roussef, por sua inestimável colaboração a este a tantos outros projetos deste governo, e o Ministro Hélio Costa, que se dedicou à preparação e à realização da TV digital. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
