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CÂMARA DOS DEPUTADOS

Sobre a pesquisa que trata da questão da tortura

Câmara dos Deputados
Sessão: 038.2.53
Data: 13/03/2008
Horário: 15h42

Sr. presidente, agradeço a V.Exa. esse espaço que dá aos deputados, e o usarei para registrar um comentário sobre uma pesquisa divulgada pelo jornal O Globo, no domingo, dia 9.

Pasmem, sras. e srs. deputados, 26% da população opinou favoravelmente à tortura, e desses, 42% são das classes altas. Quarenta e dois por cento das classes altas são favoráveis à tortura.

Outro dado, sr. presidente: 33% da população diz que se afasta de um amigo se ele for homossexual, e 21% não aceitam casamento inter-racial.

Essa pesquisa é bastante séria. De um lado, o barbarismo, que correntes da população começam a adotar; de outro, o preconceito, o conservadorismo em relação a um tema importante, como o das relações humanas, de costumes, de comportamento, e em relação a um crime contra a humanidade, que é a tortura.

É claro que isso tem a ver com a crise que vivemos. Tem a ver com a necessidade de um debate mais profundo e democrático. Tem a ver com a cobertura preconceituosa de segmentos que formam os meios de comunicação.

Essa pesquisa nos chama à reflexão sobre a importância de discutirmos, sem preconceitos, temas do maior significado para uma consciência democrática, para uma consciência cidadã da população brasileira.

De um lado, tem-se a barbárie sendo aceita por quase um terço da população; de outro, tem-se um violento preconceito sobre a questão comportamental. Ainda por outro lado, vê-se o pessimismo frente à possibilidade de se constituir uma sociedade de humanos baseada na liberdade, na fraternidade, na igualdade e na cidadania.

Concluo chamando todos à reflexão da análise dessa pesquisa, porque ela é um alerta para debatermos os temas por ela apontados e os revelados ali revelados. É importante que, ao lado das questões econômicas, sociais, políticas e internacionais, possamos discutir temas da área dos direitos do ser humano, da cidadania, da visão sobre a família e das relações entre as pessoas.

Muito obrigado, sr. presidente.

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