Trajetória

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1968, 40 anos depois

Onde eles estavam (1)

Revista Isto É
O hoje ministro Franklin Martins bateu boca com Costa e Silva em 1968

Estudantes cheios de ideais, vários sobreviventes da ditadura chegaram ao poder

Em 2 de julho de 1968 Franklin Martins entrou pela primeira vez no Palácio do Planalto. Integrava uma delegação que o presidente de plantão na época, o marechal Costa e Silva, aceitara receber após a Passeata dos 100 Mil. Ele e outro estudante, Marcos Medeiros, quase foram barrados porque estavam sem gravata. “O embaixador de Gana não vem aqui em trajes típicos? Esses são os trajes típicos dos estudantes”, reagiu Franklin. Após muita negociação, conseguiram entrar. Ao se apresentar a Costa e Silva, nova provocação: “Franklin Martins, da ex-UNE”, disse ele, lembrando que a entidade tornara-se clandestina. Na pauta dos estudantes, a libertação dos presos políticos. Nova saia-justa protagonizada por Franklin: “Não viemos aqui barganhar”, avisa ao presidente. Até que Marcos Medeiros radicaliza: “Escuta aqui, professor, você vai ou não libertar nossos companheiros?” De cara amarrada, o marechal presidente bateu forte com as mãos sobre a mesa: “Eu não aceito ultimato nem desrespeito!”

Três meses depois, em outubro, Franklin foi preso no congresso da UNE em Ibiúna. Ao lado dele, o cearense José Genoino. Alguns anos depois, Genoino estaria na guerrilha do Araguaia. Franklin saiu da prisão na véspera do AI-5. Franklin sairia de cena para dar lugar a Waldir, seu codinome no MR-8. Um ano depois, estaria à frente do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick, ao lado do então jornalista Fernando Gabeira. Com o seqüestro, Franklin, Gabeira e seus companheiros libertam 15 presos políticos, entre eles o estudante José Dirceu de Oliveira e Silva.

...Parte 2...

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