1982-2002

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Governo do PT não daria calote

BRASÍLIA. A política econômica não será mantida, nem o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, continuará no cargo se o PT eleger o presidente da República em 2002. Esta foi a resposta do deputado José Genoino (PT-SP) para dois analistas da agência internacional de classificação de risco Fitch, que, quinta-feira, estiveram por uma hora no seu gabinete na Câmara. Genoíno disse que um Governo petista não daria calote na dívida pública, interna e externa, nem declararia moratória, mas daria novo tratamento ao pagamento da dívida.

Genoino fez duras críticas ao processo de privatização implementado no Governo Fernando Henrique, afirmando que o que ocorreu na verdade foi uma transferência patrimonial, na medida em que a venda das estatais foi financiada pelo Governo brasileiro. Mas Genoino fez questão de dizer que seu partido não defende o modelo estatal anterior nem pretende rever a venda das estatais.

- Não vou iludir vocês. Armínio não seria mantido na presidência do BC. O cargo é de confiança de quem ganha as eleições - disse Genoino aos analistas da Fitch, que estavam com três assessores do BC.

A Fitch é uma das três principais agências de classificação de risco no mundo - ao lado da Moody's e a da Standard & Poors - e suas avaliações são usadas por fundos de investimento internacionais que aplicam em mercados considerados de risco. Genoíno disse que o Governo Fernando Henrique teve êxito na estabilização da moeda, mas falhou na área social e na busca de alternativas de crescimento da economia. Isso teria ocorrido, segundo ele, devido ao que chamou de "nó da dívida", em que de um lado estão os juros altos e, de outro, uma dívida monstruosa.

Ele também criticou a política comercial, dizendo que a abertura da economia foi ideológica e não levou em consideração os interesses do país.

- Agora Fernando Henrique fica criticando a globalização. Nós, no Governo, não vamos administrar o que está aí, vamos mudar o país. Mudar a política econômica e a forma de tratar a dívida - afirmou.

Genoino disse que a prioridade de um Governo petista é o crescimento da economia com distribuição de renda. Um governo petista, assegurou, dará ênfase às políticas destinadas a reduzir a exclusão social, como a reforma agrária. Genoíno teria dito aos analistas que o PT faria um governo de esquerda-centro, e não de centro -esquerda.

- Um governo do PT será de centro-esquerda, mas com a hegemonia da esquerda - disse ele ao GLOBO.

Críticas à relação de FH com aliados

BRASÍLIA.Na conversa com os representantes da agência Fitch, o deputado José Genoíno, ex-líder do PT na Câmara, criticou duramente o que classificou de permissividade do Governo Fernando Henrique Cardoso no trato com seus aliados políticos. Genoíno assegurou que esse tipo de comportamento é decorrência das concessões que o presidente se dispôs a fazer para aprovar a emenda da reeleição.

O deputado petista destacou que um dos maiores problemas do país é a impunidade, afirmando que as instituições não combatem com o rigor devido a corrupção.

Mesmo assim, Genoíno disse que estava otimista com o futuro do Brasil.

- Se a oposição vencer em 2002, o país passará por mudanças, mas sem qualquer catastrofismo. A democracia está consolidada, não há risco de retrocesso institucional. Aliás, em assuntos eleitorais o Brasil pode dar uma boa assessoria aos Estados Unidos - afirmou o petista.

As conclusões da Fitch podem influenciar a cotação do Brasil junto aos investidores internacionais e induzir ou prejudicar novos investimentos externos.

Além de integrantes da oposição, os funcionários da Fitch estão consultando o Banco Central, o Ministério da Fazenda, parlamentares governistas, a direção do Banco do Brasil, economistas e empresários brasileiros.

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