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EM CAMPANHA - Genoíno visita o Município e diz que terá condições de vencer Maluf em Mogi
DENIS DE CARVALHO - Já em ritmo de campanha, o pré-candidato ao governo paulista pelo Partido dos Trabalhadores (PT), deputado federal José Genoíno, esteve ontem em Mogi das Cruzes e não poupou críticas aos dois principais adversários: Paulo Maluf e o PSDB do governador Geraldo Alckmin. Para Genoíno, a renúncia do senador Jader Barbalho é inevitável, mas o Congresso pagará um alto preço pela eleição de Ramez Tebet para a presidência da Casa. Apesar de ressaltar a importância da região em sua estratégia para a eleição, o deputado, que obteve 307 mil votos na última campanha, prefere não opinar quanto ao lançamento de uma candidatura mogiana à Assembléia Legislativa à Câmara Federal. Eis a entrevista:
O Diário - Qual deverá ser o desfecho das acusações contra o senador Jader Barbalho? Que impacto o caso deve exercer sobre a visão que a população tem do Congresso Nacional?
José Genoíno - Eu acho que o Congresso está no fundo do poço. É uma crise corrosiva, desagregadora que nunca aconteceu na história do Congresso. É inevitável a renúncia do Jader Barbalho. Isso pode acontecer na próxima semana, não tem saída para ele continuar como senador e nem devia ter sido eleito. Eu acho que o Congresso Nacional está pagando um preço muito alto. Também este preço alto foi com a eleição do presidente atual, o Ramez Tebet (PMDB), que não deu as condições de credibilidade, de autoridade para dirigir o Congresso devido à intervenção do Palácio do Planalto. O Congresso está diante de um grande desafio que é fazer uma 'cirurgia ética', votando a limitação da imunidade parlamentar, o Código de Ética e adequando o Congresso ao funcionamento da Cidade.
O Diário - Como os atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos, a alta do dólar e a crise de energia elétrica afetarão as eleições do próximo ano?
Genoíno - O momento é muito delicado. As conseqüências do atentado terrorista vão se refletir no Brasil, primeiro pela vulnerabilidade do nosso País. O aumento do dólar vulnerabiliza mais ainda a nossa economia pois aumenta a recessão e o desemprego. Esta é a saturação de um modelo econômico que não deu certo. O Brasil tem de voltar a crescer para gerar emprego e renda. O Brasil tem de enfrentar problemas graves de sua economia, que está monitorada por um sistema financeiro perverso, que favorece os bancos e principalmente os constrangimentos do Fundo Monetário Internacional (FMI), adequando a um novo modelo econômico um projeto de integração social.
O Diário - O impacto destes problemas é benéfico à campanha de Lula?
Genoíno - Não, esse problema é negativo para toda a humanidade. A intolerância, o terrorismo e a guerra não são caminhos para solucionar os problemas.
O Diário - Quanto ao Governo do Estado, como o PT pretende reverter a tendência da Região, onde Paulo Maluf sempre foi forte?
Genoíno - Nós estamos dispostos a disputar o Governo do Estado e vamos ter uma disputa parelha, seja com o PSDB, seja com Maluf. Eu acho que o Maluf vai ter que explicar muito para a população de São Paulo essa situação levantada pela Justiça em relação aos paraísos fiscais. Nós vamos disputar a eleição com um projeto, com um programa e com alianças e não vamos escolher adversários. Nós queremos ganhar a eleição em São Paulo.